Como de costume um posto do meu querido amigo Keyser, e como sempre esta ótimo ^^
Certa vez numa antiga
empresa que trabalhei, teve um concurso de fantasias aonde quem fosse trabalhar
com a melhor fantasia ganharia um prêmio em dinheiro. Não me interessou muito,
mas no dia, a única fantasia que me chamou a atenção foi de uma loirinha que
tava com um vestidinho azul cheio de babadinhos, segurando um pirulito colorido
gigante (igual aqueles do Chaves), chupeta e, óbvio, com uma fralda enorme
aparecendo de propósito, pois ela andava saltitando pra lá e pra cá. Durante o
dia eu percebi que ele estava falando com as pessoas com o clássico baby-talking.
Pra quem não curte infantilismo, foram coisas que passaram desapercebidas. Mas
pra mim, foi encontrar uma pessoa tão infantilista como eu, mesmo que talvez
ainda não soubesse.
Provavelmente a maioria já
ouviu falar do “Gay-dar”, uma espécie de “Radar Gay” aonde os homossexuais
conseguem descobrir se alguém é gay assumido ou enrustido baseado em seus
trejeitos, forma de falar, etc. Pra quem já é infantilista a algum tempo,
também desenvolve um tipo de “Ra-Diaper”, pois não é difícil descobrir que tem
pessoas que também são infantilistas de carteirinha, mesmo que não sejam tão
escrachadas, quanto à coleguinha que eu encontrei lá no trabalho. Mas a gente
percebe um baby-talking usado mais vezes do que o normal, falar muito
sobre quando era bebê, dizer coisas bobinhas, como que quer colinho, quer que
alguém ponha pra dormir no berço, etc... como eu disse, pra quem curte, dá pra
perceber. Mas, como diria o Tio Ben ao Homem –Aranha: “Com grandes
poderes, vêm grandes responsabilidades!”. Agora que sei que meu amigo é
infantilista, como eu devo agir?
Bom, aqui nós temos uma
série de dilemas, aliás, EU tenho, e confesso que não tenho respostas pra
todos. Pra começar, a parte de fazer a pessoa “sair da gaveta de fraldas” é
mole. Sério. Difícil é fazer alguém que definitivamente não é infantilista ter
um relacionamento infantilista com você, mas isso é papo pra outro post. Mas
fazer alguém que já todos os sinais se assumir infantilista nunca foi uma
dificuldade pra mim. Ok, isso só me aconteceu umas 4 vezes, mas em todas foi o
mesmo roteiro: se aproximar, brincar de maneira que não deprecie a pessoa,
mandar imagens infantilistas ... sério, nem vou me estender muito nisso.
O que me incomoda é me olhar
no espelho e me perguntar porque eu faço isso. Citando o caso que citei lá
encima, imagina que chego na menina, me aproximo, faço ela se assumir... e
depois? Entrego ela à própria sorte? Deixo ela perceber que só fiz isso pra ter
algumas sessões infantilistas? Deixo ela passar sozinha pela famosa fase de se
sentir complexada? Admito pra mim mesmo que não tava preocupado com ela e sim
só em ter mais alguém pra brincar? Pois é... pra alguns pode ser que não, mas
pra mim sempre foi complicado ser “guru” de alguém, não só de spanking e
infantilismo, como de qualquer outra coisa. Mas, pedindo licença à raposa do Pequeno
Príncipe, eu posso dizer que Tu te tornas eternamente responsável por
aquilo que cativas. No nosso caso, por aquilo que enfraldas.
Mas também não posso
esquecer que todo “quase infantilista” tem as mesmas neuras de alguns bebês
novatos. Se achar ridículo, medo de nunca ser feliz, procurar informações no
Google e no Yahoo Respostas e achar um monte de tarados ou retardados
perguntando “você tá de fralda?”. E sabe, eu vejo essas criaturas,
mal-comparando, como aqueles jovens que, por falta de amor e atenção dos pais,
acabam se envolvendo com más amizades, experimentam uma pedrinha aqui e quando
vai ver, tão vendendo a TV pra comprar pedra e bebendo perfume. No nosso caso,
por falta de alguém pra explicar que ser infantilista não é ser retardado,
fazem uma pergunta imbecil aqui, um perfil fake ali e acaba inventando que está
preso numa masmorra por uma bruxa que o trata como bebê e quer ajuda. Nesse
caso, é quase uma questão de saúde pública, a gente orientar alguém com sinais
de infantilismo. Fico imaginando um rapaz no celular escrevendo um relato de
como ele é uma menininha de 12 anos cuja mãe enfralda ele, e eu chegando por
trás e dando com uma régua na mão dele e dizendo “ Não bebê! Não pode ser
retardado! É Feio!”.
Enfim, ainda temos muito que
evoluir até nossa comunidade crescer em tamanho e qualidade de seus membros. E
nada disso vai acontecer se não dermos atenção aos nossos “bebês”.
Abraços,
Keyser