Olá amiguinhos aqui vai mais um post de um grande amigo meu o Daddy Keyser
O dicionário caracteriza
autopreservação como “proteção contra a
destruição ou lesão de si mesmo; tendência natural ou instintiva para agir em
função de preservar a própria existência”.
Durante algum tempo eu tive meus
conflitos internos em relação a isso. Com medo que descubram os sites que você
visita, as coisas que você compra, os lugares aonde você guarda. Ter que
planejar semanas pra ficar sozinho em casa... Viver quase que uma vida dupla,
uma vida escondida. Acho que a maioria já passou ou está passando por isso. Não
sei a vocês, mas isso me rendeu muitas dores de cabeça.
A primeira grande confusão que
eu tinha era porque eu tinha que me esconder se o que eu faço não é errado?
Sempre aprendi que quem não deve não teme, só quem faz as coisas escondidas é
quem é criminoso , etc... Então não ser criminoso, não dever e ainda assim ter
que me esconder não entrava na minha cabeça.
Lá estava eu, com perfis que não
diziam meu nome real e nem minhas fotos reais. Substituí por fotos e nomes de
personagens. Era como viver eternamente jogando um RPG, mas com consequências
maiores. Imaginava a humilhação, a perseguição, tudo que envolveria se alguém
me descobrisse. Já tinha a resposta na cabeça, eu iria dizer que tava navegando
na net e sem querer achei aquele site
e peguei as fotos pra amostrar aos meus amigos. Mas eu sabia que aquilo não ia
resolver. Parecia que eu humilhava a mim mesmo. Não me assumia. Tinha vergonha
de algo que eu não deveria ter vergonha. Eu podia me esconder do mundo, mas não
de mim mesmo. Me sentia um hipócrita, fingindo ser alguém por fora e outro
alguém por dentro.
Até que um dia eu tava com uma
namorada vendo um site de fantasias sensuais e vi ali fantasias femininas de
policiais, tigresas, enfermeiras, colegiais, doméstica e... vaca!?! É sério,
tinha uma modelo com fantasia de vaca, com direito a sino no pescoço. E era um
site famoso. Aí eu imaginei como devia ser, a mulher andando de quatro pelo
quarto, com o sino balançando e chega um cara de botas e balde na mão, ar de
sacana e diz “Mimosa, tá na hora de te ordenhar!” e ela dava uma olhada sexy
pra ele, fazia um biquinho sensual e respondia “muuuuu...”.
Aí eu pensei “chega, né?”. Todo
mundo tem suas fantasias, seus fetiches e vivem bem com eles. Só porque o meu
era diferente eu tinha que viver em autopenitência? E mais: ninguém fala seus
desejos mais íntimos, porque eu tinha que expor os meus? Quem garante que minha
professora não curte se vestir de Rambo? Que meu chefe não curte fingir que é a
Lady Gaga? Que minha vizinha quer fingir que é uma judia nas mãos dos nazistas?
Na prática, eu continuei com
meus perfis de nomes e fotos de personagens, mas por dentro a mudança foi
grande. Eu percebi que havia diferença entre me autopreservar, ou seja, não
ficar espalhando pra Deus e o mundo o que eu faço na minha intimidade e ter
vergonha do que eu faço na minha intimidade. Eu não tinha mais vergonha, e
sabia que não era hipócrita. Eu não fingia ser nada. Apenas um cara comum mas
com desejos diferentes que não dizem respeito a ninguém que eu não queira
compartilhar.
Admiro as pessoas que expõem que
são infantilistas em perfis de domínio de família, amigos, trabalho, faculdade
etc. Mostra que você além de não ter vergonha, tem orgulho e faz questão que as
outras pessoas saibam. É como um grito de independência. Mas, pra mim, é tão
desnecessário quanto eu saber que minha chefe gosta que a chamem de eguinha
pocotó na hora da transa. No dia que eu ver uma vantagem em dizer aos 4 ventos
que sou infantilista, podem acreditar que irei fazer. Mas enquanto meus amigos
continuarem os mesmos, os sites que visito continuarem os mesmos e eu puder
evitar encheção de saco, vou ficar na minha.
Mas não porque eu tenha
vergonha. E sim porque escolhi me preservar.
Abraços,
Keyser
Eu ri mto qndo eu li esse post ficou mto bom, gostei mto ^^
ResponderExcluirParabéns Daddy Keyser